sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Violência contra a mulher negra. Até quando?

Por João Diniz


       A violência contra a mulher ainda acontece com frequência em nosso país. Fisicamente menos forte que seus agressores em potencial, elas são praticamente indefesas e vítimas da própria compaixão em perdoar ato violento do parceiro.
       Dados divulgados pelo Mapa da Violência 2015 colocam o Brasil em 5º lugar na taxa de homicídios contra a mulher, em um estudo realizado em 83 países. Em 2013, 4.762 mulheres foram assassinadas. Entre 2003 e 2013, os assassinatos de mulheres negras subiram 54,2%, passando de 1.864 para 2.875. Por outro lado, os homicídios de mulheres brancas passaram de 1.747 para 1.576, representando uma redução de 9,8%.
       Para protestar contra este cenário desfavorável, na última quarta-feira (18) foi realizada em Brasília a Marcha das Mulheres Negras. O movimento faz parte da comemoração do Mês da Consciência. Na ocasião, um incidente ocorreu, reforçando a necessidade de adoção de medidas que combatam a violência e o preconceito.



        As manifestantes foram agredidas com bombas de efeito moral e tiros de arma de fogo disparados para o alto quando a marcha se aproximou de um acampamento montado em frente ao Congresso por militantes que pediam o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
        O estado precisa agir de forma mais eficaz no combate a esses crimes. Desde a sua vigência (2006), a lei Maria da Penha tornou-se um importante instrumento de defesa das mulheres vítimas da violência. Mas, entre 2006 e 2013, a taxa de homicídio contra mulheres passou de 4,2 para 4,8%, ainda de acordo com o Mapa da Violência 2015.
       As pessoas mais próximas da vítima como familiares, amigos e colegas de trabalho têm importante papel de incentivar a mulher vítima de agressão a denunciar às autoridades todo e qualquer ato violento. Um dos canais de denúncia é o telefone 180, de ligação gratuita. O anonimato é garantido.

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